O que é o hormônio leptina? Onde encontrar? Como ele atua?

02/07/2021

A leptina é um dos hormônios responsáveis pelo controle da nossa homeostase energética. Mas o que é o hormônio leptina, onde encontrar e como ela atua? A função da homeostase energética é manter os níveis de energia no nosso corpo estáveis o tempo todo!

Então, imagina como esse processo deve ser bem regulado! Afinal precisamos de energia o tempo todo para manter nosso corpo funcionando.

E o papel da leptina nesse controle é bem específico. Ela vai diminuir o consumo energético e aumentar o gasto energético, processo mais conhecido como termogênese. Em outras palavras, ela vai diminuir o consumo alimentar e aumentar a "queima" de calorias. Por isso é também conhecida como o hormônio da saciedade.

Onde o hormônio leptina se encontra e exerce suas ações?

Se você se perguntou onde encontrar o hormônio leptina, saiba que ele é produzido pela nossa gordura corporal - pelo tecido adiposo.

A leptina vai fazer parte do controle da homeostase energética tanto a curto prazo (após cada refeição) quanto a longo prazo (sempre levando em consideração os estoques energéticos que já existem no nosso corpo).

Para que um hormônio possa desempenhar suas funções ele deve se ligar a receptores nas células. Esses receptores são específicos para cada tipo de hormônio.

E isso não seria diferente para a leptina.

Existem receptores para leptina em várias regiões no nosso cérebro. Então, ela possui funções em regiões relacionadas cognição, emoções e memórias.
Mas onde ela exerce sua função mais importante?

Em uma região bem pequenininha do nosso cérebro que se chama hipotálamo. É essa região que controla nosso comportamento alimentar e termogênese. É como se essa região fosse o quartel general da homeostase energética!

É lá que informações do que, quando e o quanto comemos chegam para controlar a nossa vontade de comer quando estamos com fome e o momento de parar de comer quando já recebemos o que era necessário naquele momento.

E é dessa região que respostas são enviadas para as outras células no nosso corpo responsáveis também por esse controle energético: tecido adiposo (onde o hormônio leptina se encontra), fígado e músculos, que guardam os nossos estoques energéticos.

A comunicação entre essa região cerebral e os estoques de energia está acontecendo o tempo todo! A leptina é liberada durante e depois de uma refeição.

O tecido adiposo detecta a presença de nutrientes entrando e vai produzir e liberar leptina na corrente sanguínea. Essa leptina vai até o quartel general (hipotálamo) e passa a informação de que uma refeição foi realizada e que os estoques energéticos foram repostos.

O hipotálamo vai enviar essa mensagem para outras regiões no seu cérebro e você terá a consciência de que você comeu o suficiente e que é chegado o momento de parar!

Leptina e obesidade: o paradoxo

Agora que você já conhece bem o que é e quais as principais funções da leptina, sabe que sua ação é de extrema importância no controle do nosso comportamento alimentar e do nosso peso corporal.

Uma curiosidade: sabia que a produção de leptina é proporcional à quantidade de tecido adiposo que possuímos?

Isso quer dizer que quanto mais tecido adiposo mais leptina circulante.

Ué... espera... é meio paradoxal isso....

Isso significaria que pessoas obesas teriam mais leptina circulante e consequentemente comeriam menos e teriam um gasto energético maior. Se fosse assim, não existiria obesidade no planeta.

Mas como nosso corpo não é uma máquina de calcular e está suscetível a falhas... te explico o porquê desse paradoxo.

A obesidade é caracterizada, entre outras coisas, por níveis de leptina elevados no sangue - ou hiperleptinemia - caracterizando um quadro de resistência ao hormônio leptina.

"Resistência a um hormônio" quer dizer que seu corpo não o reconhece direito, ou seja, podem existir problemas na formação da molécula de leptina ou então no receptor que é onde o hormônio leptina se encontra e se liga para realizar suas funções dentro da célula.

Ainda não se sabe exatamente porque isso acontece, mas alguns cientistas supõem que seja devido a uma inflamação de baixo grau presente e, principalmente, persistente na obesidade. Essa inflamação impediria a produção correta onde se encontra o hormônio leptina e dos seus receptores.

E de onde vem essa inflamação?

Na maioria das vezes parece que essa inflamação está associada a alterações metabólicas, efeito sanfona, ao consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras, açúcar e também alimentos altamente processados, aditivos químicos como conservantes, estabilizantes, realçadores de sabor, corantes, acidulantes, reguladores de acidez, antiumectantes... ou seja, alimentos cheios de coisas estranhas e cheios de embalagens!

A propósito, você sabe o que são alimentos processados e ultraprocessados?

O sedentarismo está também relacionado ao desenvolvimento dessa inflamação de baixo grau e crônica, assim como tabagismo, consumo excessivo de álcool e estresse.

Como ter uma boa produção do hormônio leptina? Onde encontrar?

Para se ter uma produção melhor de leptina, o ideal é tentar eliminar as causas da inflamação de baixo grau que vai desencadear os problemas na formação da molécula de leptina e de seu receptor.

Para isso: tenha um estilo de vida saudável, durma o suficiente, faça atividade física regular, aprende a lidar melhor com o estresse. Aqui vai algumas dicas:

  • Diminua o consumo de alimentos ultraprocessados. Eles geralmente vêm embalagens com uma série de siglas que você não entende e números e com lista comprida de ingredientes
  • Crie o hábito de ler rótulos! Quanto mais nomes estranhos e números mais longe você deve ficar desses alimentos!
  • Dê preferência a alimentos in natura! Desembale menos, descasque mais!
  • Cozinhe! Assim você utiliza os alimentos o mais próximo possível de como eles são originalmente encontrados na natureza.
  • Faça uma atividade física que te traga prazer! Pode ser qualquer coisa, uma caminhada no bairro, dançar, fazer uma faxina. O importante é se movimentar
  • Hidrate-se: nada melhor que água para ajudar na eliminação de moléculas que vão aumentar a inflamação.
  • Tenha uma vida mais tranquila. Evite se estressar demais. Fazer uma atividade física pode te ajudar muito nisso. Meditar também pode ser uma ajuda de peso nesse processo
  • Se conecte melhor com seu corpo! Assim você terá mais consciência dos sinais de fome e saciedade que ele manda, controlando melhor o que você come! Com essas dicas simples você pode diminuir o risco de que a inflamação se instala e que ela prejudique sua produção de leptina.
  • Referências

    • Physiology, Leptin
    • Stress and obesity: the role of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis in metabolic disease

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